Namorado da vítima, Lucas chegou à delegacia acompanhado de amigo que debocha da situação.
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Quatro suspeitos de participar do estupro coletivo de uma menina de 16 anos ou de divulgar as imagens do crime pela internet foram identificados pela polícia. Um deles esteve na Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), na Cidade da Polícia, para prestar depoimento. Trata-se de Lucas Perdomo Duarte Santos, de 20 anos, jogador do Boavista, time de Saquarema, na Região dos Lagos, e namorado da vítima. Lucas chegou à delegacia acompanhado de um outro rapaz, Raí de Souza, que, num ar de deboche, sorriu, acenou e fez sinal de positivo para jornalistas.
A vítima do estupro também esteve na delegacia, onde permaneceu durante quatro horas. Ela deixou a unidade sem falar com a imprensa. Foram duas horas de depoimento e outras duas conversando com psicólogos. De acordo com a titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Decav), delegada Cristiana Bento, a menina ainda está muito abalada e enjoada devido aos coquetéis de remédios que precisou tomar. Muito fragilizada, segundo a policial, a adolescente chorou durante a conversa com os psicólogos e afirmou que um dos estupradores a procurou para pedir desculpas:
— A jovem contou que o estuprador foi pedir desculpas. Mas ela disse que isso não tinha perdão.
A mãe da vítima, que é pedagoga, quer se mudar com a família para outra cidade, onde ninguém os conheça. Ela relatou que a filha tem um trauma não resolvido, desde que o pai de seu filho, um homem que era traficante numa comunidade próxima, morreu.
NAMORADO AFIRMA QUE VERSÃO DE VÍTIMA É FALSA
De acordo com o advogado de Lucas Perdomo, Eduardo Antunes, seu cliente dá uma outra versão para o caso. Em sua defesa, diz que dois casais estavam numa casa abandonada na comunidade do Barão, na Praça Seca. E que o imóvel seria usado para “encontros casuais”.
— Meu cliente afirma que a versão da suposta vítima é falsa. Ele diz que não teve relação sexual com ela, mas com uma outra garota, na mesma casa. Diz ainda que Raí e a suposta vítima transaram. Em seguida, os três saíram da casa, mas a jovem disse que iria ficar por lá. Depois disso, ele não sabe o que aconteceu — alegou o advogado, afirmando que Lucas nega que a adolescente estivesse dopada.
Além de Raí, a jovem citada pelo jogador do Boavista também prestou depoimento. Ainda de acordo com Antunes, Raí disse ao seu advogado que filmou a relação sexual dele com a adolescente e que não houve estupro.
— Ele disse que houve relação sexual, sim, mas com consentimento da menina - disse o advogado.
Tido como uma promessa no futebol, Lucas Perdomo chegou a receber elogios do ex-jogador holandês Clarence Seedorf, quando, em 2013, encerrando sua passagem pelo Botafogo, fez um estágio de treinador no Boavista. No primeiro depoimento da jovem violentada à polícia, ela conta que tinha uma relação com Lucas, conhecido como Petão, há três anos, e que teria ido dormir na casa dele, na favela do Barão. Em seguida, disse que se lembra apenas de acordar no dia seguinte em outra casa, na mesma comunidade, nua, amarrada e cercada por 33 homens. Lucas é filho de uma doméstica e de um pastor evangélico.
Outro suspeito de ter participado do estupro é Raphael Assis Duarte Belo, de 41 anos. Ele aparece numa foto na internet, fazendo uma selfie rindo, com a jovem desacordada ao fundo. Já Marcelo Miranda da Cruz Corrêa, de 18 anos, e Michel Brasil da Silva, de 20, foram identificados por terem divulgado as imagens do ato nas redes sociais.
Em entrevista, o chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, afirmou que o caso deixou a própria polícia perplexa e disse que ainda não pediu a prisão dos quatro suspeitos identificados por participar do estupro ou divulgar as imagens do ato, porque a investigação ainda está em andamento. Acrescentou que a polícia busca mais provas comprobatórias para inserir no inquérito.
— Não podemos nos basear no “ouvi dizer”. Só o exame de corpo de delito vai apontar se houve estupro ou não. O laudo pode trazer uma certeza ou uma dúvida. Pode demandar outra diligência para sanar uma dúvida que surge no próprio lado — afirmou Veloso, que acrescentou: — Na minha visão pessoal, sem ser o chefe da polícia, como pai, como marido, eu também penso assim: por que o sujeito ainda não está preso? Só que, como técnico, como operador de segurança pública, como delegado de polícia, eu pessoalmente sei que essas decisões são muito mais complexas. A conveniência ou não da representação pelo pedido de prisão pode acontecer mais rápido ou menos rápido, de acordo com outras questões que estão sendo trabalhadas. Tenho certeza que a polícia vai agir com todo rigor necessário, mas nunca fora da lei.
A vítima do estupro também esteve na delegacia, onde permaneceu durante quatro horas. Ela deixou a unidade sem falar com a imprensa. Foram duas horas de depoimento e outras duas conversando com psicólogos. De acordo com a titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Decav), delegada Cristiana Bento, a menina ainda está muito abalada e enjoada devido aos coquetéis de remédios que precisou tomar. Muito fragilizada, segundo a policial, a adolescente chorou durante a conversa com os psicólogos e afirmou que um dos estupradores a procurou para pedir desculpas:
— A jovem contou que o estuprador foi pedir desculpas. Mas ela disse que isso não tinha perdão.
A mãe da vítima, que é pedagoga, quer se mudar com a família para outra cidade, onde ninguém os conheça. Ela relatou que a filha tem um trauma não resolvido, desde que o pai de seu filho, um homem que era traficante numa comunidade próxima, morreu.
NAMORADO AFIRMA QUE VERSÃO DE VÍTIMA É FALSA
De acordo com o advogado de Lucas Perdomo, Eduardo Antunes, seu cliente dá uma outra versão para o caso. Em sua defesa, diz que dois casais estavam numa casa abandonada na comunidade do Barão, na Praça Seca. E que o imóvel seria usado para “encontros casuais”.
— Meu cliente afirma que a versão da suposta vítima é falsa. Ele diz que não teve relação sexual com ela, mas com uma outra garota, na mesma casa. Diz ainda que Raí e a suposta vítima transaram. Em seguida, os três saíram da casa, mas a jovem disse que iria ficar por lá. Depois disso, ele não sabe o que aconteceu — alegou o advogado, afirmando que Lucas nega que a adolescente estivesse dopada.
Além de Raí, a jovem citada pelo jogador do Boavista também prestou depoimento. Ainda de acordo com Antunes, Raí disse ao seu advogado que filmou a relação sexual dele com a adolescente e que não houve estupro.
— Ele disse que houve relação sexual, sim, mas com consentimento da menina - disse o advogado.
Tido como uma promessa no futebol, Lucas Perdomo chegou a receber elogios do ex-jogador holandês Clarence Seedorf, quando, em 2013, encerrando sua passagem pelo Botafogo, fez um estágio de treinador no Boavista. No primeiro depoimento da jovem violentada à polícia, ela conta que tinha uma relação com Lucas, conhecido como Petão, há três anos, e que teria ido dormir na casa dele, na favela do Barão. Em seguida, disse que se lembra apenas de acordar no dia seguinte em outra casa, na mesma comunidade, nua, amarrada e cercada por 33 homens. Lucas é filho de uma doméstica e de um pastor evangélico.
Outro suspeito de ter participado do estupro é Raphael Assis Duarte Belo, de 41 anos. Ele aparece numa foto na internet, fazendo uma selfie rindo, com a jovem desacordada ao fundo. Já Marcelo Miranda da Cruz Corrêa, de 18 anos, e Michel Brasil da Silva, de 20, foram identificados por terem divulgado as imagens do ato nas redes sociais.
Em entrevista, o chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, afirmou que o caso deixou a própria polícia perplexa e disse que ainda não pediu a prisão dos quatro suspeitos identificados por participar do estupro ou divulgar as imagens do ato, porque a investigação ainda está em andamento. Acrescentou que a polícia busca mais provas comprobatórias para inserir no inquérito.
— Não podemos nos basear no “ouvi dizer”. Só o exame de corpo de delito vai apontar se houve estupro ou não. O laudo pode trazer uma certeza ou uma dúvida. Pode demandar outra diligência para sanar uma dúvida que surge no próprio lado — afirmou Veloso, que acrescentou: — Na minha visão pessoal, sem ser o chefe da polícia, como pai, como marido, eu também penso assim: por que o sujeito ainda não está preso? Só que, como técnico, como operador de segurança pública, como delegado de polícia, eu pessoalmente sei que essas decisões são muito mais complexas. A conveniência ou não da representação pelo pedido de prisão pode acontecer mais rápido ou menos rápido, de acordo com outras questões que estão sendo trabalhadas. Tenho certeza que a polícia vai agir com todo rigor necessário, mas nunca fora da lei.